Do voto obrigatório à complexidade do Colégio Eleitoral: como a ascensão da extrema-direita impacta a escolha de governantes nos dois países
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Bandeira do Brasil, símbolo nacional representa a Nação brasileira. Tem o fundo verde, losango amarelo e círculo azul com estrelas e a frase 'Ordem e Progresso'. |
A democracia, ideal de participação popular na escolha de governantes, enfrenta desafios complexos no cenário político global contemporâneo. A ascensão da extrema-direita, um fenômeno mundial, impõe novas pressões sobre os sistemas democráticos e seus mecanismos eleitorais. Brasil e Estados Unidos, cada um com suas particularidades históricas e institucionais, não estão imunes a essa tendência. Este artigo explora as diferenças entre seus sistemas eleitorais, desde a obrigatoriedade do voto até a complexidade do Colégio Eleitoral, e analisa como a crescente influência da extrema-direita impacta a escolha de governantes e a própria saúde da democracia em ambos os países.
O Sistema Eleitoral Brasileiro: Modernidade, Obrigatoriedade e a Ascensão da Extrema-Direita
O Brasil, com seu sistema eleitoral moderno e voto obrigatório, busca garantir ampla participação popular. No entanto, a crescente influência da extrema-direita no cenário político brasileiro tem gerado desafios significativos.
A disseminação de narrativas antidemocráticas, o questionamento infundado da integridade do sistema eleitoral e a polarização ideológica intensa, culminando nos ataques de 8 de janeiro de 2023 às sedes dos Três Poderes, revelam uma erosão da confiança nas instituições democráticas.
A abstenção eleitoral crescente também pode ser interpretada como um reflexo do descontentamento e da polarização.
O debate sobre a reforma política, incluindo o voto facultativo, ganha novas camadas diante da necessidade de fortalecer a resiliência democrática frente a esses movimentos.
O Sistema Eleitoral dos Estados Unidos: Complexidade, Tradicionalismo e o Impacto da Extrema-Direita
Nos Estados Unidos, o sistema eleitoral descentralizado e o Colégio Eleitoral coexistem com uma crescente influência da extrema-direita, com consequências sombrias para a democracia.
A invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021, motivada por alegações infundadas de fraude eleitoral, expôs a fragilidade das instituições e a radicalização de uma parcela significativa da população.
A extrema-direita americana tem promovido ativamente a desinformação, minado a confiança no processo eleitoral, e buscado restringir o acesso ao voto, especialmente de minorias.
A polarização política extrema dificulta o diálogo e a busca por consensos, enquanto a retórica agressiva e a normalização de discursos extremistas corroem o tecido cívico da nação.
O questionamento da legitimidade das eleições e a tentativa de obstruir a transição pacífica de poder representam ameaças diretas aos pilares da democracia americana.
Por que os EUA Ainda Utilizam o Voto em Papel? (Em um Contexto de Desconfiança)
A persistência do voto em papel nos Estados Unidos, em um contexto de crescente desconfiança alimentada pela extrema-direita, levanta questionamentos adicionais sobre a segurança e a transparência do processo. A descentralização, a resistência à modernização por receio de fraudes (paradoxalmente, o voto em papel é mais suscetível a erros e disputas), a apuração demorada e as diversas modalidades de voto contribuem para um sistema complexo que se torna alvo fácil de teorias da conspiração e alegações de irregularidades, especialmente por parte de grupos extremistas.
Comparação Geral Entre os Sistemas e o Desafio da Extrema-Direita
Os sistemas eleitorais do Brasil e dos Estados Unidos apresentam diferenças marcantes. No Brasil, o voto é obrigatório, enquanto nos EUA é facultativo. O sistema brasileiro é direto e informatizado, com apuração rápida por meio de urnas eletrônicas, ao passo que nos EUA o processo é indireto via Colégio Eleitoral e pode levar dias devido ao uso do voto em papel. A fiscalização no Brasil é realizada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e pelos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs), garantindo uma supervisão centralizada, enquanto nos EUA, cada estado define suas próprias regras, resultando em um sistema descentralizado.
Em termos de segurança, o Brasil adota urnas eletrônicas e biometria, enquanto os EUA utilizam o voto em papel sem uma padronização nacional. Ambos os países enfrentam desafios recentes relacionados à polarização política e ataques às instituições democráticas. No Brasil, destaca-se a ascensão da extrema-direita e seus impactos na política. Nos EUA, eventos como o ataque ao Capitólio e disputas judiciais refletem uma forte influência da extrema-direita e suas consequências para a democracia.
O impacto da extrema-direita nesses países se manifesta de diferentes formas. No Brasil, há questionamento da integridade eleitoral, aumento da polarização e violência política. Nos EUA, essa influência mina a confiança no sistema eleitoral, dissemina desinformação, restringe o acesso ao voto e coloca em dúvida a transição pacífica de poder.
Ataques às instituições democráticas, polarização, ascensão da extrema-direita
Ataque ao Capitólio, disputas judiciais, polarização, forte influência da extrema-direita e suas consequências para a democracia
Impacto da Extrema-Direita
Questionamento da integridade eleitoral, polarização, violência política
Minar a confiança no sistema eleitoral, disseminação de desinformação, restrição do acesso ao voto, questionamento da transição pacífica de poder
Conclusão
Brasil e Estados Unidos, com suas distintas arquiteturas eleitorais, enfrentam um desafio comum e preocupante: a ascensão e a influência da extrema-direita em seus cenários políticos. No Brasil, isso se manifesta no questionamento das instituições e em atos de violência política. Nos Estados Unidos, as consequências são ainda mais sombrias, com um ataque direto ao cerne da democracia através da disseminação de mentiras, da tentativa de subverter o processo eleitoral e da erosão da confiança nas instituições. O futuro da democracia em ambos os países dependerá da capacidade de suas sociedades e instituições de resistirem a essas tendências, fortalecerem a integridade de seus processos eleitorais, promoverem o diálogo e combaterem a desinformação, garantindo eleições justas, acessíveis e confiáveis em um ambiente político cada vez mais polarizado.
Referências
Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Sistema Eleitoral Brasileiro. Disponível em: https://www.tse.jus.br
U.S. Election Assistance Commission. How U.S. Elections Work. Disponível em: https://www.eac.gov
Constituição Federal do Brasil, Art. 14-16. Direitos Políticos e Sistema Eleitoral.
Código Eleitoral Brasileiro. Legislação Eleitoral e Normas do Processo Eleitoral.
Cobertura dos eventos de 8 de Janeiro de 2023, por veículos de mídia e análises políticas.
Cobertura dos eventos de 6 de Janeiro de 2021, por veículos de mídia e relatórios de comissões de investigação.
Análises e estudos sobre a ascensão da extrema-direita no Brasil e nos Estados Unidos
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